ABERTURA  DO  ANO  ESCOLAR  2007

EXTERNATO  NOSSA  SENHORA  DO  SAGRADO  CORAÇÃO.


Com a graça de Deus e a proteção de Nossa Senhora do Sagrado Coração iniciamos mais um ano. Mais um ano cheio de alegrias, cheio de saúde e cheio de desafios. Desafios em todas às instâncias que a vida escolar pode nos oferecer. A vida escolar constitui parte da nossa história pessoal e, por isso, sabemos lidar com esta situação.

O merecido período de férias, concedeu-nos oportunidades agradáveis para estreitar a nossa convivência com os familiares, nos ocuparmos de coisinhas particulares que são experiências excelentes e necessárias para a nossa vida. Tudo isso nos serviu para reavivar a alma que nos move neste mundo da educação. De um modo bem simples podemos dizer – ano novo, novos desafios que despertam nossa esperança! Quero dizer-lhes que estes desafios, hoje, podem ser denominados como exigências que rondam o cotidiano da escola, das famílias e de modo particular, cada educador, pais ou professores.

Desde o mês de setembro e, de modo mais acentuado, nos últimos dois meses, a Prof. Aracy, Irany, o Sr. Crispim e eu atendemos um número bem maior de pais do que no ano passado, procurando pela Escola Externato. Ótimo sinal! Podemos argumentar das mais variadas formas que tudo isso são frutos que provêm disto ou daquilo. Porém, prefiro deixar de lado qualquer apologia e ficar me perguntando – O que poderemos fazer para atender às necessidades educacionais desta família? Com quem posso contar? Com quem tenho minhas dúvidas e assim por diante. De uma coisa, nós, que atendemos estes pais, estamos seguros – neste ano houve um salto qualitativo quanto às preocupações dos responsáveis. Houve mais do que uma entrevista conosco, houve interesse por questões detalhadas e sistemáticas quanto ao cotidiano da Escola, por parte dos responsáveis. Penso que devemos ver isto como algo positivo, provocativo e, ao mesmo tempo, perceber que os responsáveis estão mais instruídos, não sei dizer através de quais meios, conseqüentemente precisamos abrir os olhos, modificar a nossa postura, estar mais atentos a estes aspectos nesta ou naquela disciplina. Na verdade, na maioria das vezes, após estas visitas dos responsáveis, ficamos a refletir sobre o que ouvimos. Por ocasião do Exame de Bolsas, em novembro e início de dezembro, os três grupos de pais que passaram por aqui e aguardavam os filhos dos exames, aproveitamos e fizemos uma volta pela escola e discorremos sobre a nossa proposta pedagógica. Quantas e tantas perguntas surgiram -  Durante o recreio dos pequenos haverá brincadeiras orientadas? A educação física é só jogar futebol? Em Língua portuguesa, desde que ano vocês ensinam a fazer a redação? Há aulas de reforço? A avaliação aqui é trimestral? Quantas avaliações acontecem? Há visto nos cadernos por parte dos professores? Há tarefa para ser efetuada em casa? Há programação extracurricular? Os professores são sociáveis com os estudantes? Eles são carrancudos? Os professores são pontuais para chegar em sala? Há reunião dos pais com os professores? Os professores seguem as apostilas? Os livros, Espanhol e Ensino religioso adotados pela escola, são ocupados devidamente pelos professores? Vocês emendam feriados? Olha, eu e meu esposo estudamos através do sistema Etapa e conhecemos e apreciamos o material.Vocês seguem o sistema didático? Quantos livros, os estudantes de vocês lêem ao longo do ano? O por quê de tudo isto? Portanto, percebe-se que houve por parte dos pais a escolha desta escola, quais são os motivos que levaram a esta decisão? Como podem ver, estas e outras questões devem nos ocupar em nossas aulas.

Outra coisa que não podemos esquecer - é que nós não estamos sozinhos em Vila Formosa. Não vamos assumir a síndrome de Robinson Crusoé, pensando que estamos sozinhos na ilha. Devemos ser realistas, pois estamos acordando de um sonho ou, quem sabe, de um pesadelo e cada gesto, palavra, opiniões pessoais, dinâmica que realizamos em sala de aulas são avaliadas e comparadas pelos pais e estudantes. Estamos diante de uma geração de pais, que a menos de 15 anos freqüentaram um cursinho, uma faculdade e assim por diante. A Banca do jornaleiro está cheia de revistas e jornais que estampam tudo o que são as escolas e faculdades e oferecem critérios, bem balizados, para a procura e escolha de uma boa instituição. Há necessidade de corrermos atrás de valores que são nossos, sempre nortearam esta escola. Não podemos nos esquecer de que a concorrência desleal, além de denegrir o seu trabalho, joga por terra uma tradição de seriedade. A grande campanha de recepção de novos alunos começa no primeiro dia da sua aula. Ainda não há nenhum meio tão eficaz na divulgação e campanha para novos alunos quanto o próprio aluno. O melhor panfleto, o mais bem elaborado pela ciência do Marketing, precisa estar apoiado naquilo que ocorre em sala de aula, no relacionamento, na linguagem cotidiana e nos momentos de tensão que exigem sabedoria e prudência. Por isso, é necessário assumirmos uma postura de iniciantes, isto é, desejo incessante de vitória para amanhã. A Tradição pedagógica de uma escola tem lá os seus valores, mas pode ser mal interpretada e matar o vigor do carisma, porque foi institucionalizada. Desalojar, romper com a segurança, ter coragem de fazer novo aquilo que sempre foi feito assim, exigirá de cada um de nós muita humildade, sabedoria e comprometimento com a educação, a fim de fazer novo o que pode ser feito por nós.

Completamos neste ano de 2007, dez anos nesta nova sede e, daqui a pouco, serão sessenta anos do Externato. E daí? O tempo contado por uma empresa, hoje, faz sentido se ela conseguiu se atualizar ao longo da sua caminhada, caso contrário, nós deveríamos fabricar peças para conservação de museus. Creio que naquilo que diz respeito à Escola, nós conhecemos bem – a missão da escola enquanto instituição é formadora da consciência das gerações. A Escola é sempre um marco balizador para formação das pessoas. Porém, vivemos numa Escola que tem por princípio a fé cristã, católica. O que foi negociado, os princípios ou a denominação de fé? Temos conhecimento de que há um niilismo[1]que perpassa todos os princípios orientadores da vida, porém não se aplica este princípio para escapar da esperteza, da negligência e das irresponsabilidades. Sempre há os jargões do elemento diferencial, proclamado por todos os cantos, será que isso é uma postura de marketing ou há uma postura diferenciada no educar, ensinar e focar a nossa aprendizagem? Concomitantemente, na missão da escola está implícita a missão do educador, mestre e professor. O nosso modo de ser, de ensinar, deve qualificar o estudante para elevar a sua auto-estima, despertar as habilidades latentes em cada um dos nossos pupilos. Juntamente com a família, a comunidade religiosa e a escola nos levam a afirmar, que são as únicas instâncias capazes de formar pessoas com valores morais, éticos e intelectuais. Por isso, há necessidade de formar líderes; pessoas que saibam tomar decisões e discernir as pressões internas e externas e desbravar novos caminhos. No ano passado, o Prof. Celso Antunes, na Semana da Educação promovida pelas Edições Paulinas, colocou um questionamento de grande profundidade -“Como ensinar valores, estimular inteligências e discutir emoções? Estamos numa encruzilhada própria do mundo globalizado, neoliberal e que não há como fechar os olhos a esta realidade. Vejo que é importantíssimo nos perguntar, como professores desta Escola – 1) Como vejo o processo de conhecimento dos nossos estudantes? 2) O que eles e elas têm feito para chegar ao conhecimento? 3) Como ocorre a construção deste saber no dia a dia da sala de aula? 4) Como está acontecendo o processo ensino-aprendizagem no Externato?[2] Se estas questões não são bem resolvidas, o nosso modo de exercitar a nossa missão pode ficar comprometido, precisamos rever muita coisa. O ensino tem sentido quando acontece a aprendizagem. Portanto, faz-se necessário trabalhar estas questões em todos os níveis na escola, pois, a disciplina que eu ensino, seja qual for, prepara a criança e o adolescente para formar uma visão crítica e consciente dos seus atos. Daí decorrem alguns questionamentos – 1) qual é o objeto de nossa preocupação como professor(a)? 2) qual a linguagem que eu utilizo em sala de aula? 3) o que motiva os nossos estudantes em sala de aula? A nossa capacidade de influenciar o estudante contempla um alto índice de peso na decisão deles(as). Porém, cada gesto, palavra, vocabulário contribuem para esta soma de influências sobre eles(as). A Psicologia está sempre nos alertando, sobre a influência que nós exercemos sobre estas crianças e jovens, por isso, o nosso agir é carregado de significado para eles(as). A nossa missão comporta a capacidade de administrar os sentimentos, as emoções e os sonhos desta moçada. O cerne da vida do pedagogo é conduzir, é ser instrumento provocador de reflexão e síntese de novas projeções no cenário dos sonhos destes jovens.

Na Educação tudo é trabalhoso, pois estamos auxiliando no desabrochar de uma pessoa, que exige uma relação afetiva de comunhão e crescimento humano e espiritual. Segundo o pedagogo da UNICAMP, Prof. Adriano Salmar Nogueira Taveira, “a sala de aula é o lugar onde habitam os pensamentos e aí procuro pelas relações que nela acontecem. Procuro pelos sentidos, esses tecelões que relacionam pessoas, objetos e símbolos[3]. Tudo isso, em boa parte, acontece na sala de aula, espaço sagrado da escola. Sagrado porque é o espaço de comprometimento bilateral, espaço de aprendizagem do humano, do científico, lúdico, artístico e místico. Para que haja progresso em todos os sentidos na sala de aula, será necessário observarmos com maior atenção as necessidades de compreensão da inteligência e emoção que movem os nossos estudantes. Tenho me perguntado – que tipo de emoção saudável os nossos estudantes têm experimentado no seu dia a dia, em todos os ambientes que freqüentam? Pois, entendo a emoção, como experiência fundamental para o indivíduo estabelecer o seu equilíbrio. Assim como nós administramos emoções no cotidiano da escola, devemos perceber que eles(as) são inteligentes e carregados de sentimentos que edificam o mundo emocional de cada um(a). Ora, a emoção e a inteligência são propriedades inseparáveis da atividade humana. Portanto, é nesta síntese da inteligência e emoção que edifica e ocorre o crescimento do sujeito, que são nossos pupilos(as). Daí decorrem as necessidades de canalizar as emoções, próprias da faixa etária em cada ano escolar, cultivando esta força na inteligência. Afinal, é a emoção que estabelece a comunicação entre o indivíduo e o mundo. Como podem ver a nossa missão é muito delicada com qualquer estudante, em conseqüência disto merece todo  afeto e dedicação aos nossos estudantes[4].

Outra questão que necessitamos considerar e aprofundar nesta reflexão diz respeito à avaliação. A prática da avaliação não provém do período medieval, chegou às escolas e universidades por volta do século XVII e tornou-se permanente no ensino, desde o século XIX, quando a escolaridade passou a ser obrigatória. Como vêem, o assunto é obra de alguns séculos e tem seu valor. O sociólogo, antropólogo e educador, Philippe Perrenoud, diz que a avaliação tem um caráter formativo, pois, orienta as crianças e os jovens para a realização de seus trabalhos e de suas aprendizagens, ajudando-as a localizar suas dificuldades e suas potencialidades, redirecionando-as em seus percursos.[5] A avaliação sempre será necessária para mudança de prática e continuidade do conhecimento. O exercício da aprendizagem possui uma lógica inevitável: não ensinamos sem avaliar, não aprendemos sem avaliar. Ora, a avaliação implica uma reflexão do porquê avaliamos e para quê avaliamos. Não tem um caráter seletivo, classificatório, mas o objetivo que nos leva a avaliar é o foco do nosso ensino, isto é, a aprendizagem. Portanto, a nossa missão é acompanhar o desenvolvimento da criança e do jovem e vai nos ajudar a aprimorar o nosso trabalho. Este assunto tem sido muito debatido e pesquisado cientificamente em alguns centros universitários, no qual a avaliação vem sendo entendida como uma forma de comprometer-se com o estudante nos seus sucessos e conquistas. Na medida em que a avaliação é investigativa e mediadora de novos conhecimentos, o caráter sentencioso perde a sua razão de ser e emerge o conhecimento e domínio sobre o elemento conhecido. A avaliação é um termo que se refere a um conjunto de ações voltadas para o estudo sistemático de um fenômeno, uma situação, um processo, um evento, uma pessoa que visa emitir um juízo valorativo. A base da atividade pedagógica em sala de aula consiste em ajustar constantemente na direção por onde desejamos caminhar, para não perder de vista a novidade que almejamos. Todas as formas de observação e registro das ações efetuadas (todos os atos da sala de aula), pelos professores e os estudantes que integram um conjunto em sala de aula, devem orientar o caminho do trabalho educativo. Há alguns pressupostos que devem orientar a nossa postura de professores: 1) ensinamos conhecimentos sobre o que nós sabemos e dominamos; 2) ninguém aprende na indiferença, cabe ao professor construir um movimento provocativo, afetivo capaz de ajudar a despertar no estudante a participar do conteúdo ministrado; 3) o estudante é capaz de aprender e depende na nossa maneira de ensinar; 4) no ato de ensinar ocorre uma construção compartilhada, de modo que haverá um clima de entusiasmo participativo; 5) só se aprende quando há um sentido para a nossa estrutura cognitiva. Ora, se estes elementos compuserem o nosso agir, haverá o surgimento daquilo que nós chamamos de aprendizagem. Portanto, quando ocorre a construção de uma base de intercâmbio do dar e receber, desta maneira fará surgir o fascinante saber e assim permitirá ao estudante navegar com segurança no mar misterioso das descobertas, a fim de alcançar novos conhecimentos. Já por um bom tempo a avaliação é conhecida como atividade da escola, isto é como avaliação dos alunos (estudantes) na sala de aula. Por uma série de elementos trazidos com a globalização e evoluções tecnológicas, a avaliação comporta uma abertura bem mais abrangente e por isso se faz algumas distinções: a avaliação do aproveitamento escolar dos alunos e avaliação institucional. Segundo o sociólogo chileno, Prof. Juan Casassus, deve ficar clara a distinção entre avaliação do sistema e avaliação do aluno. O autor diz “Embora sejam os alunos os que respondem a provas e questionários, na realidade não são avaliados. O que se avalia é o rendimento do sistema por meio de respostas dos alunos. Então, as interrogações dos estudos deveriam consistentemente orientar-se, não às pessoas que são os alunos, mas ao sistema no qual estão inseridos esses alunos“[6]. A avaliação da aprendizagem escolar feita pelos professores deverá estar a serviço das funções sociais da escola, dos objetivos de ensino, do projeto pedagógico da escola, do currículo e das metodologias.  

Quanto às disciplinas de Filosofia e Ensino religioso, em nossas escolas no cinco continentes, são sem sombra de dúvida, trabalhadas com muito zelo. Toda formação humanística se apóia na capacidade de filosofar e dominar os conceitos, pois há uma dimensão filosófica a ser trabalhada na vida. O filosofar é uma constante no esforço de cada pessoa de buscar sentido da sua existência e simultaneamente, administrar o potencial do pensamento. Estar sempre se perguntando pela relação do ser humano com o mundo, consigo mesmo e com o Absoluto e, por tudo aquilo que, com a sua potencialidade imprime e modifica o seu habitat. É um ótimo sinal do potencial de raciocínio que interage com a situação real da sua vida. No dizer do filósofo polonês, tomista, J.M. Bochenski “a filosofia não é um reservatório de problemas à espera de soluções. A filosofia não se propõe a colecionar problemas, mas busca a solução destes ao lado de outras ciências”[7]. Portanto, o curso de Filosofia, com os pequenos e os adolescentes, deve fazer despertar o amor apaixonante pelo saber. Para o pensador francês, Merleau Ponty (1908-1961), “o filósofo é o homem que desperta e fala”. O interessante é observar que na última década, a Filosofia ganhou muito espaço de estudo e pesquisas em relação às crianças e adolescentes. Há, hoje, um grande expoente neste campo o filósofo educador, Prof. Dr. Matthew Lipman[8] (1922, norte-americano, leciona na Universidade de Montclair of New Jersey) nos faz um convite – “vamos ouvir as crianças dizerem que se sentem mais valorizadas quando refletem e dialogam e estabelecem as suas relações com as pessoas e a vida social”. Segundo este autor, para a criança, a Filosofia começa quando investigamos rigorosamente os seus valores, seus conhecimentos e encontramos significados para o mundo em que elas vivem. Por isso, há necessidade de potencializar a experiência das crianças e jovens na reflexão das questões filosóficas. O exercício do estudo da Filosofia potencializa a capacidade de raciocínio lógico e, sobretudo, a compreensão das ciências da Matemática, Física e Química. A Filosofia oferece uma gama de situações, nas quais as crianças podem descobrir, por si mesmas, os valores relevantes para suas vidas e os ideais que norteiam a vida das pessoas. Não há dúvida, de que estaremos nadando na direção contrária a maré, mas é assim que os grandes navegantes descobriram novas terras. Com o método do sistema pedagógico Etapa, o nosso elemento diferencial, próprio do Externato, deverá sobressair com o curso de Filosofia, sobretudo, nas redações exigidas pela disciplina de Língua portuguesa. Haverá uma produção de alta qualidade nos textos, pois a estrutura do mesmo sofrerá uma elaboração mais consistente. E por falar em redação, achamos por bem, determinar que desde o 3º ano do Ensino Fundamental até o 3º ano do Ensino Médio, a redação deve fazer parte da grade curricular de maneira muito explicita. Em cada bimestre, deverão ser propostos dois temas para serem redigidos e os melhores serão expostos na escola e no portal da mesma. Para o próximo ano, queremos editar um livro das redações do Externato, para ser lançado pela Ed. Salesiana. A prova da FUVEST neste ano, na segunda fase, tinha na redação a sua maior pontuação. O que esta prática da FUVEST quer dizer para o cenário da Educação no Brasil? Tomando esta decisão estaremos trabalhando no presente e no futuro dos nossos estudantes, isto é, construindo um arcabouço intelectual ao longo de alguns anos.

Quanto ao Ensino religioso, devemos primar na qualidade desta disciplina, por uma série de argumentos conhecidos, que não vem ao caso agora. As religiões nasceram dos questionamentos mais profundos que o ser humano fez a si mesmo e podem estar amarrados no passado e conseqüentemente ligados à vida. Segundo o especialista da AEC (Associação das Escolas Católicas) nesta disciplina, o Prof. Dr.Antonio Boeing nos diz, “precisamos aperfeiçoar a concretização da religiosidade, mas não desconsiderar o seu potencial”. De fato, a religião não pode possibilitar tudo, mas ela pode abrir e proporcionar um plus”, um algo a mais, uma dimensão mais profunda, um horizonte interpretativo mais abrangente diante de tantas situações que envolvem a vida e, até mesmo, à falta de sentido para muitos fatos do cotidiano. Por conseguinte, o Ensino religioso se caracteriza basicamente como espaço curricular para reler o fenômeno religioso inerente à pessoa humana e, presente em todas as culturas de todos os tempos e lugares. Portanto, a compreensão do Ensino religioso valoriza o pluralismo e a diversidade cultural e religiosa presente na sociedade.

Qual a conclusão que podemos chegar após esta reflexão? Para iniciarmos o ano de 2007, com todos os seus desafios e apelos iminentes, haverá necessariamente uma postura diferenciada e transformadora dos nossos conceitos, linguagem, posturas e práticas. Desejo a todos bom trabalho!

 

 

Pe.Tarcísio Pereira Machado

Diretor Geral

São Paulo, 22 de janeiro de 2007.

 

 


 

Bibliografia consultada:

 

1)       ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia, São Paulo: Martins Fontes,2000.

2)       ALMEIDA, Ana Rita Silva. A emoção na sala de aula.Campinas-SP:Papirus,1999,5ª ed.

3)       BOCHENSKI, J M. Diretrizes do pensamento, São Paulo:EPU,1977.

4)       CASASSUS, J. Onze dilemas com que se defrontam os estudos internacionais, Anais...Rio de Janeiro,1977.

5)       CASSIANO, C. Poder de influenciar, in Revista EDUCAÇÃO,nº110, Ago/2006, São Paulo:Ed.Segmento.

6)       DEVAL, Juan. Aprender a aprender.Campinas-SP:Papirus,1998, 7ª ad.

7)       MORAIS, Regis. Org. Sala de Aula,Campinas-SP:Papirus,2005, 19ª ed.

8)       PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens, entre duas lógicas.Porto Alegre:Artimed,1999.

9)       RICOTTA, Luiza, Valores do educador: uma ponte para a sociedade do futuro, São Paulo:Ágora, 2006.

10)    RIOS, Terezinha Azerêdo. Compreender e ensinar – Por uma docência da melhor qualidade.São Paulo:Cortez Ed.,2006. 6ª ed.

11)    SILVEIRA, René José Trentin. Matthew Lipman e a filosofia para crianças – Três polêmicas.Campinas-SP:Ed.Autores Associados,2003

 

 



[1] ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia,p.712 b

[2] DELVAL, Juan. Aprender a aprender, p.163 “Precisamos nos convencer, portanto, de que o professor não pode ensinar: ele deve se limitar a criar as condições necessárias para que os alunos aprendam. Proporcionando-lhes novas questões, novos problemas, e fazendo com que percebam a insuficiência das soluções aventadas quando não forem satisfatórias, O professor conseguirá promover a capacidade de pensar dos seus alunos. ... O indivíduo que desenvolve a capacidade de pensar e de encontrar soluções para os problemas é aquele que realmente aprende a aprender e que pode buscar seus próprios conhecimentos.”

[3]  TAVEIRA, Adriano Salmar Nogueira. A sala de aula – O lugar da vida.In SALA DE AULA, Org. Regis de Oliveira.p.51

[4] ALMEIDA, Ana Rita Silva. A emoção na sala de aula. p. 103 “A sala de aula é um ambiente onde as emoções se expressam, e a infância é a fase emocional por excelência. ...E, como é impossível viver num mundo sem emoções, ao professor cabe administra-las, coordená-las. É-lhe imprescindível uma atitude corticalizada, isto é, racional, para poder interagir com os alunos, buscando descobrir seus motivos e compreende-los. O professor deve procurar utilizar as emoções como fonte de energia e, quando possível, as expressões emocionais dos alunos como facilitadores do conhecimento, já que ambos são inseparáveis.”

[5] PERRENOUD P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens, entre duas lógicas.p.143

[6] CASASSUS, Juan.Onze dilemas com que defrontam os estudos internacionais. In  Seminário de avaliação educacional,1977, Anais... Rio de Janeiro,1977, p.135

[7] BOCHENSKI, J M. Diretrizes do pensamento, p.23

[8] SILVEIRA, René José Trentin.Matthew Lipman e a Filosofia para Crianças -Três polêmicas.Campinas-SP: Ed. Autores Associados,2003